Começando pelos comentários em relação à tranquilidade do Prefeito durante a entrevista, sendo inclusive comparado com o Lulinha Paz e Amor. Históricamente, quando vemos políticos calmos, podemos ter certeza: ou faz parte de sua índole ser comedido, ou ele está muito bem na fita. Anderson Adauto não é comedido. É um sujeito ríspido e mal educado. É incrível como alguém que está sendo processado por coisas tão graves pode estar tão bem na fita.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
A cor do gato
Começando pelos comentários em relação à tranquilidade do Prefeito durante a entrevista, sendo inclusive comparado com o Lulinha Paz e Amor. Históricamente, quando vemos políticos calmos, podemos ter certeza: ou faz parte de sua índole ser comedido, ou ele está muito bem na fita. Anderson Adauto não é comedido. É um sujeito ríspido e mal educado. É incrível como alguém que está sendo processado por coisas tão graves pode estar tão bem na fita.
sábado, 24 de novembro de 2007
Plantio de árvores na cidade
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Tributos - CPMF (Parte II)
Em relação a esta questão, o assunto mais debatido ultimamente é a CPMF, imposto que de acordo com a constituição só será cobrado até 31 de Dezembro deste ano. O governo luta para que este prazo seja prorrogado, alegando que não pode executar todos os programas e pagar dívidas sem o dinheiro que vem da “Contribuição Provisória”.
A oposição e o chamado setor produtivo querem acabar de vez com a CPMF alegando que o brasileiro não pode pagar tantos impostos, e ainda faz algumas críticas ao imposto que vou expor em seguida. Que pagamos impostos demais, é fato. Mas será que os outros impostos que existem não merecem as mesmas críticas, ou ainda críticas mais contundentes que as que são feitas pela CPMF? Por que não aproveitam a discussão para pensar em um outro modelo de tributação para o nosso país?
Uma coisa é criticar a CPMF em função da forma como ela foi criada, de toda a articulação política que foi feita uma vez e está novamente sendo feita para a prorrogação da mesma. Outra coisa é fazer críticas ao imposto, tendo outros que são bem mais nocivos à economia brasileira. Os críticos que a CPMF causa impacto direto sobre as taxas de juros. Mas outros impostos que incidem sobre operações financeiras também. O IOF é um exemplo disso. A CPMF tem um impacto maior sobre o salário das pessoas mais pobres. Isso é um fator óbvio já que a alíquota é igual para todos. Esta distorção pode ser sanada perfeitamente com o imposto de renda de caráter realmente progressivo e a criação de um imposto sobre valor agregado menos complexo que os atuais. Sem falar no baixo custo administrativo e na baixa complexidade legal e na própria natureza do imposto que ajuda na fiscalização e não produz efeito cascata tão grande quanto outros impostos que são mais altos e passíveis de sonegação, como o IPI e o ICMS. E por falar em sonegação, por que a classe média que tanto sonega impostos não é contra este outros impostos citados?
É fato que a CPMF foi criada para ser provisória e que pagamos impostos demais. Mas o modelo de tributação no Brasil é todo ruim. Por isso, deveria haver uma discussão sobre um modelo novo que seja mais justo e transpararente, no qual todos possam pagar aquilo que realmente tem condições, e ao mesmo tempo, evite a sonegação daqueles que tem condições e deveriam contribuir.
sábado, 17 de novembro de 2007
Manifesto contra a UFTM
sábado, 10 de novembro de 2007
Legalização do comércio de drogas
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Tributos - Busca por justiça (parte I)
O outro, é o Estado que intervém pouco nas liberdades individuais, cobra poucos impostos, deixa o mercado se auto-regular e os serviços públicos são retirados do Estado e passam a ser cada vez mais de responsabilidade da iniciativa privada. Os serviços são fiscalizados pelo Estado e por organizações não-governamentais. Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia são exemplos de países que tiveram sucesso com o sistema de intervenção mínima do Estado na vida dos cidadãos.
O Brasil, que está longe de ser um país organizado e seu índice de desenvolvimento humano é muito baixo. Nosso país possui o que tem de pior nos dois modelos. Os serviços prestados pelo Estado não são bons. As pessoas têm que recorrer muitas vezes à iniciativa privada para obter saúde, educação e até segurança de qualidade. A sociedade civil ainda não possui capacidade de se mobilizar para fiscalizar os serviços públicos e os governos na maior parte das vezes não são transparentes. Tudo isso, pagando uma das maiores cargas tributárias do mundo. E a carga não é só alta, mas também é injusta. Já houve várias tentativas de mudança nessa tributação. Mas durante anos, oposições e lideranças locais irresponsáveis, “coronéis” e lobistas, somados com o pouco interesse da sociedade civil no assunto durante muito tempo, a forma com que o Estado adquire receita se tornou cada vez mais complexa e difícil de fiscalizar, sendo fator importante na manutenção das desigualdades sociais e regionais presentes no nosso país.
Uma reforma tributária ampla precisa ser colocada na ordem do dia dos movimentos sociais, que estão paralisados e discutindo pouco o que é realmente importante. Passou da hora do Brasil simplificar o seu sistema tributário, através da diminuição de alguns tipos de impostos, ainda que não signifique necessariamente a queda do valor pago, embora eu pessoalmente seja a favor disso. Mas devemos pensar que se quisermos fazer deste país um país organizado, devemos escolher um dos modelos citados acima. Neste aspecto, mais que na redução dos impostos, é preciso pensar se eles são cobrados de forma justa, proporcional à renda do cidadão, e que seja mais simples de ser fiscalizado. Já se debateu em campanhas presidenciais anteriores a adoção de um sistema de cinco impostos e até de um imposto único, que seria cobrado dos moldes da CPMF. Mas acabam as eleições e as coisas ficam do jeito que estão. Até quando?
Semana que vem, leia a parte II - CPMF
domingo, 4 de novembro de 2007
Tropa de Elite: Uma Reflexão urgente e necessária.
Mas, vejamos alguns pontos do filme, que é dirigido por José Padilha, onde percebemos claramente que o enfoque da realidade brasileira encontra-se no tráfico e crime, e que eles fazem parte do sistema por, estarem ligados entre si, na mais profunda deterioração e degradação da vida social, ou melhor humana.
Encontramos no filme, os morros e a cidade do Rio de Janeiro, em uma visão realista do não compromisso pessoal e social brasileiro, onde, consumo, desejos, linguagem e os comportamentos, apontam a distancia social entre os personagens, na disparidade de renda, educação e até mesmo as oportunidades entre aqueles mundos que se entrelaçam e se perdem entre a ética e a perspectiva de futuro.
Percebe-se também, o ambiente de abandono dos morros da cidade, fazendo com que a ONG- que tudo leva a crer, é bem intencionada- lembremos do dito popular, que de boas intenções o inferno esta cheio, assuma o papel do poder público. Temos os jovens Universitários de Direito, representando a classe média, burgueses- e, é aqui, que entendi do porque da OAB reprovarem mais 80% na prova da Ordem em todo país, que eles, neste espaço, compartilham as drogas e a pobreza. Clássica divisão social, onde elas não se comunicam, se rejeitam. Mas, que naquele instante, eles se fundem em um único sentimento, o desejo do consumo, da sobrevivência, eximindo-se das responsabilidades e do compromisso social, culpando quase sempre o Estado, que no caso seria a policia.
Outro ponto a ser levantado é quanto da “excessiva” violência que o filme apresenta – coloquei entre aspas para não chocar os elitistas, que irão proclamar que naquele lugar também existem pessoas boas, comprometidas. Portanto, a violência está latente, e, é o cerne da ferida, e na sua periferia, produz a exclusão, a miséria, a falta de perspectivas, levando a uma fragmentação social que acaba refletindo em todo o corpo, seus efeitos maléficos, onde, traficantes, universitários e os politico, apodrecem como pústulas, através das impossibilidades de ações salutares. Assim, como exemplo, os membros da elite da tropa que deveriam propor ações positivas, se mostram truculentos e fascistas, evidenciando o não compromisso social, onde todos estão unidos (sociedade e Estado) na falta de perspectivas, em não querer reverter esta situação.
Volto a proposta de fazermos uma reflexão urgente sobre o filme e a sociedade em que vivemos. Sabemos que os paradigmas que ficam, mesmo em toda nossa fragilidade humana, por ficarmos e morrermos dentro de um contexto histórico, são as obras que realizamos, os valores que carregamos, eles sim, irá sub existir e perdurar. E não acreditar como disse Hobbs, “ que o homem é o lobo do homem”. Perderíamos nossa essência humana.
O que proponho é sermos ousados, e que façamos tais discussões com nossos amigos, família, e em todos os lugares que formos, para que, quem sabe- não mudarmos a realidade social que ai está, mas que possamos despertar consciência critica, sermos multiplicadores das ideias, ai sim, estaríamos levando a sementeira de um futuro melhor. E foi aqui que me lembrei de uma frase de Vitor Hugo em uma carta aos brasileiros quando estava na prisão na ilha de Guernesey: “Desde que existe a historia, duas classes de homens dirigem a humanidade: os opressores e os libertadores. Aqueles dominam pelo mal, estes, pelo bem. Mas de todos os libertadores, o pensador, o intelectual, é o mais eficaz. O espírito fere de morte o mal. Os pensadores emancipam o gênero humano. Sofrem, mas triunfam. E é pelo sacrifico que eles, não raro, alcançam a redenção dos outros. Podem sucumbir no exílio, no cárcere ou no patíbulo. O seu ideal lhes sobrevive; e, mesmo depois de sua morte, continua a tarefa libertadora que eles encetaram em vida”.
Por isso, que me assombro quando me deparo com falsos pensadores, que não tem nada a oferecer, omitindo-se em uma questão tão grave, que é a miséria humana. Colocar responsabilidades em um Estado do qual somos sua força é comodismo, alienação. Dizer que Deus se afastou???? Diria que, ele esta de férias, aproveitando o verão, ou quem sabe criando mais um sistema solar ou buraco negro, vai saber! Mas, façamos o necessário para propagar uma discussão inteligente e construir propostas de soluções, pois é hora de posicionarmos.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Corrupção Banalizada
A parte que mais despertou minha atenção nem foram as que envolveram as ações dos policiais, mas sim quando mostram a universidade pública, tomada por estudantes de classe média que são os que tiveram base para nela ingressarem. Todos falsos moralistas, que atuavam numa ONG mas eram usuários e traficantes de drogas, além de serem totalmente alheios à situação real da favela, mas achavam que ajudando os pobres eram pessoas melhores. Este é um dos maiores problemas da sociedade; as pessoas fazem pequenas (ou grandes) corrupções no dia-a-dia, como praticar “gatos” para ter TV a cabo ou participar do jogo do bicho, mas doam algumas roupas para a campanha do amor e se julgam cidadãos exemplares. A sociedade num geral é também muito hipócrita e falsa moralista, enche a boca pra criticar o governo e a Polícia Militar porém não age corretamente. Não existem pessoas perfeitas no mundo, mas não se pode fechar os olhos para sua realidade e querer criticar apenas as favelas do Rio de Janeiro, a violência de São Paulo.
A corrupção hoje é um dos maiores problemas do Brasil, se não for o pior, pois ele desencadeia outra série de fatores como a concentração de renda, a saúde pública precária e a educação de nível insatisfatório. Mas não será mudando os políticos que a situação mudará; enquanto uma sociedade com valores corruptos ainda existir, sejam eles os mais corriqueiros do dia-a-dia, ela não terá o total direito de se limitar a criticar tudo o que quer. Por isso é necessária uma análise mais sensata e menos vã desses tipos de assuntos como o abordado pelo filme Tropa de Elite.
Além dos muitos discursos inflamados que se ouve diariamente sobre o filme em questão, ainda somos obrigados a assistir a uma apologia equivocada à coorporação do BOPE. Acontece que no Brasil tudo vira piada e gozação, mesmo os assuntos mais sérios. Comunidades no orkut se proliferam com muita rapidez, aclamando o personagem de Vagner Moura como o herói nacional, e fazendo brincadeira como a tortura de colocar um saco plástico na cabeça da pessoa até que ela solte a informação desejada. E esses, que fazem apologias no orkut, são os mesmos criticados pelo filme; pessoas de classe predominantemente média, que vivem isoladas em suas vidinhas confortáveis e alheias à realidade dos favelados. Favelados estes cujo maior medo é esse mesmo personagem que os outros julgam ser o herói nacional, mas que estão excluídos do mundo digital e não tem acesso a essas comunidades da internet. E nem se sabe quando elas terão. O fato é que a corrupção está banalizada em diversos setores da sociedade, e somente com a ação conjunta de diversas instituições e dos brasileiros que algo poderá ser feito.
*Raysa Pacheco é estudante e integrante da comissão de juventude da Contra Corrente.
Atualiza o blog todos os sábados.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Sobre a legalização da prostituição
O comportamento que o teólogo chama de imoral e proveniente do paganismo já existe desde que o mundo é mundo. E se existe até hoje, é porque há quem pague por este comportamento. Em sociedades onde trocas de mercadorias e serviços sempre foram necessárias para a sobrevivência do ser humano. O sexo é considerado um destes serviços. Na nossa civilização, predominantemente cristã, a profissão não é bem vista pela sociedade. As prostitutas então fazem seu trabalho para o seu sustento (mais recentemente para que meninas de classe média sustentem um padrão de vida que a própria sociedade condiciona todos a conseguir). Muitas até tem vontade de deixar a profissão, mas não existe nenhuma rede de proteção social para estas mulheres.
Determinados grupos religiosos, especialmente aqueles que fazem lobby no congresso nacional, se preocupam mais em julgar os atos das profissionais do sexo do que realmente fazer algo pelas pessoas. Esses grupos muitas vezes fazem parte dos esquemas de corrupção e contribuem para o patrimonialismo estatal. Consequentemente, são responsáveis para que cada vez mais mulheres escolham a prostituição como meio de vida, se submetendo à violência, ameaças e riscos de doenças. Afinal, será estas pessoas que se julgam guardiãs da moral crêem que é justo que um ser humano seja vilipendiado por cafetões e policiais no momento de trabalho e ainda oferecer parte do que ganha com seu serviço para corruptos? Será que esta corja que quer que o Estado diga o que cada cidadão deve fazer, deseja que as prostitutas continuem sendo obrigadas a se sujeitar a clientes que obrigam-nas a ter relações sexuais sem preservativo, quando poderiam ter um sistema de proteção semelhante ao que acontece na Holanda?
A consolidação do Estado laico aqui no Brasil está longe de ser uma realidade se o congresso nacional continuar a mercê de grupos reacionários e religiosos. Pessoas conservadoras, lamentavelmente continuam querendo impôr em nosso país suas culturas através de leis. O que é óbvio, já que a maioria das igrejas são instituições autoritárias, e como toda instituição autoritária, quer que suas idéias sejam seguidas por toda a população buscando uma falsa legitimidade no poder constituído. Já é momento de pensarmos em um país verdadeiramente justo. A igreja, a família e a comunidade são importantes na formação moral de uma pessoa, mas isso não significa que interferência do Estado possa ir além dos atentados aos direitos humanos e às liberdades individuais.