domingo, 6 de janeiro de 2008

O Presidente da Câmara - Parte I

No começo dessa legislatura diziam que o melhor programa de humor que passava na televisão era a TV Câmara de Uberaba. A quantidade enorme de bobagens ditas naquele plenário no coração de Uberaba eram fantásticas. Outros diziam que aquilo era pior que qualquer jornal sensacionalista, pois tudo que era dito era como se estivessem violentando a população. Infelizmente, deixei de ter tempo para assistir o programa. No entanto, o Jornal da Manhã trouxe no último domingo uma entrevista ora revoltante, ora impagável, com o Presidente da CMU, Lourival dos Santos.

Lourival foi para mim a maior decepção dessa legislatura. A maior parte dos vereadores são ruins, mas dos outros novatos ninguém esperava muito. Já de Lourival, que vinha de um partido que não se considerava “de aluguel” e faz um interessante trabalho social, tinha-se uma expectativa maior em seu trabalho. Uma frase atribuída a Abraham Lincoln diz: “Praticamente qualquer um pode suportar a adversidade, mas se quiser testar o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Não precisou de muito tempo para ver que ele era igual aos outros. Lourival votou a favor da Lei Delegada, se consolidou na base aliada depois de ter ensaiado algumas vezes em 2005 o seu rompimento com o Prefeito. Foi protagonista de uma briga patética com Tony Carlos nesse mesmo ano, onde depois de ter votado contra uma matéria de autoria do então presidente da Câmara, teve vários apadrinhados demitidos, e se exaltou durante uma reunião ordinária, entregando inclusive que não votou em Tony Carlos para presidente da Câmara, mostrando total fragilidade e falta de compromisso quando admite a existência de fisiologismo na Câmara. Afinal, algo podemos suspeitar: quantos projetos absurdos já foram votados naquela casa, ou quantos bons projetos deixaram de ser votados para atender interesses escusos em troca de empregos?

Depois dessas e de outras atitudes que mostraram sua falta de preparo para exercer o cargo de Vereador, ele ainda ganhou a eleição para a presidência da Câmara. Parou de votar projetos. Mas ainda assim, percebe-se a falta de independência dele e dos demais vereadores da situação no seu discurso. Afinal, um vereador, que foi eleito para representar o povo, reclama porque o povo cobra muito. Ou seja, tudo leva a crer que para ele seria mais cômodo se lhe permitissem fazer as vontades do prefeito, e que fosse possível que os políticos abusassem do dinheiro público sem a fiscalização do povo.

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